A Primeira Igreja Niubingui Coptic de Sião do Brasil, foco de reportagem da Trip 200 especial sobre Maconha, foi invadida pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) na tarde desta quarta feira, dia 22, na cidade de Americana, interior de São Paulo. Segundo Ras Geraldinho, líder do grupo religioso, seu templo foi "profanado" e "destruído" pelas autoridades federais durante a invasão.
Visivelmente nervoso, Ras Geraldinho comentou por telefone o transtorno da invasão. Mesmo com as leis de proteção religiosa garantidas pela constituição brasileira, a DISE entrou na igreja e destruiu todos os pés de maconha plantados no local, além de levar computadores, todos os objetos do sacrário de Geraldinho e até a versão da igreja para a Bíblia Sagrada, tudo recolhido como suposta evidência de um crime não anunciado na invasão.
"A DISE chegou aqui exatamente igual fizeram da outra vez. Eles destruíram a minha igreja", Ras Geraldinho"A DISE chegou aqui exatamente igual fizeram da outra vez. Eles destruíram a minha igreja. Eles viraram minha casa de ponta cabeça. A casa do meu Pai! Por volta de meio dia eles já tinham invadido. Eles simplesmente destruíram tudo. Arrancaram todos os pés da planta sagrada, levaram todo o sacrário da igreja, eles levaram até a bíblia da minha igreja embora. Eles tiveram coragem de tocar na bíblia sagrada. A gente não sabe mais o que vai acontecer neste País. Isso era feito em 1962. Agora estamos em outro século. Até meus computadores eles levaram."
De acordo com informações do EPTV da região, a DISE apreendeu um quilo de maconha, sendo 440 gramas em forma de tijolo e 770 em cigarros, além de 20 pés da erva. Segundo o site ligado à Rede Globo, Geraldinho estaria sendo indiciado por tráfico, informação não confirmada pelo sacerdote rastafari durante nossa entrevista. A investigação começou após entrevista de Ras Geraldinho publicada em um jornal regional.
"Eu estou me sentindo um fugitivo e ainda não sei o que fazer. Eu nem sei se tem mandato de prisão contra mim. Hoje eu sou um fugitivo político no Brasil. Dá pra aceitar uma coisa dessas?"
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